ONS sugere reintrodução da mudança de horário como solução para reduzir consumo nos horários de pico


O horário de verão pode voltar a vigorar no Brasil a partir de 2025. A medida, suspensa em 2019, voltou ao centro das discussões após o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sugerir sua reativação para aliviar a pressão sobre o consumo de energia, especialmente nos períodos de estiagem nas regiões Sul e Sudeste.
Segundo o ONS, o retorno do horário de verão poderia reduzir em até 2,9% a demanda máxima de energia entre 18h e 21h — justamente o horário de pico — e gerar economia de cerca de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
A proposta está sendo analisada pelo governo federal, que estuda a viabilidade da mudança com base em dados técnicos de entidades do setor energético. Até o momento, não há confirmação oficial.
Justificativas técnicas
O ONS destaca que o horário de verão tem baixo custo de implementação, além de ser uma estratégia eficiente frente a outras soluções mais complexas e caras, como o acionamento de usinas termelétricas.
Outro ponto favorável é a integração com fontes renováveis. O horário ampliado de luz solar no fim do dia pode favorecer a distribuição da carga e reduzir a necessidade de fontes poluentes e mais onerosas.
Crise hídrica e energias renováveis
A seca prolongada nas regiões Sul e Sudeste tem pressionado a matriz energética brasileira, baseada majoritariamente na geração hidrelétrica. O crescimento da energia solar e eólica também influencia o debate, já que o aproveitamento ideal desses recursos depende de ajustes no consumo e na oferta.
Durante períodos de menor geração solar, o horário de verão pode contribuir para redistribuir a demanda energética, evitando sobrecargas e economizando recursos.
Atualmente, o Ministério de Minas e Energia monitora a situação e planeja uma reavaliação oficial da política energética em 2025, conforme a evolução das condições de suprimento.