IA consome 10x mais energia que busca comum, alerta relatório

Data centers consomem grandes volumes de energia e água; ONU propõe medidas para reduzir danos

Explosão da IA eleva alerta ambiental global

O avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) vem acompanhado de um alerta ambiental crescente. Embora a tecnologia seja vista como uma aliada em soluções sustentáveis, seu funcionamento depende de uma estrutura energética intensa e, muitas vezes, pouco limpa. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), uma única solicitação feita por IA, como no ChatGPT, consome até 10 vezes mais eletricidade do que uma pesquisa convencional em um site de buscas.

Esse consumo elevado está diretamente relacionado aos data centers, que processam e armazenam enormes volumes de dados. Na maioria dos países, esses centros ainda operam com energia proveniente da queima de combustíveis fósseis, agravando as emissões de carbono. Na Irlanda, por exemplo, a previsão é de que os data centers representem 35% do consumo de energia elétrica nacional até 2026.

Outro ponto crítico é o uso de água. Além da construção dessas estruturas, é necessário resfriar os equipamentos para manter o funcionamento ideal. De acordo com estimativas recentes, a infraestrutura global ligada à IA poderá, em breve, consumir seis vezes mais água do que a Dinamarca, país com aproximadamente 6 milhões de habitantes.

Entre 2012 e 2024, o número de data centers no mundo saltou de 500 mil para mais de 8 milhões, impulsionado pela explosão do uso de inteligência artificial. Para mitigar os impactos ambientais, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) recomenda práticas como a utilização de energia renovável, reciclagem de água, reaproveitamento de componentes eletrônicos e políticas de compensação de emissões de carbono.

Diante do cenário, especialistas defendem que o desenvolvimento da IA precisa estar alinhado com estratégias ambientais mais rígidas e ações globais que garantam um crescimento tecnológico sustentável.

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