Negociações para a venda do TikTok nos EUA são interrompidas após objeção da China em meio a escalada nas tarifas comerciais entre os dois países
O acordo para a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos foi suspenso após a China sinalizar oposição à proposta. A medida surge como resposta ao recente anúncio de tarifas comerciais feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aumentou em 34% os encargos sobre produtos chineses, elevando a tarifa total para 54%. A retaliação de Pequim abalou os avanços nas negociações para a separação dos ativos norte-americanos do aplicativo, utilizado por cerca de 170 milhões de usuários nos EUA.
A proposta previa a criação de uma nova empresa sediada em solo americano, com controle majoritário de investidores dos Estados Unidos. A ByteDance manteria menos de 20% de participação, atendendo às exigências legais aprovadas em 2024, que determinam a venda obrigatória do TikTok para evitar sua proibição no país.
Apesar de o plano ter sido aprovado por investidores atuais, novos sócios, governo norte-americano e pela própria ByteDance, divergências sobre os termos persistem. Em comunicado oficial, a empresa chinesa informou que ainda há diferenças significativas nas negociações e ressaltou que o processo está sujeito à revisão conforme a legislação da China.
O presidente norte-americano prorrogou por 75 dias o prazo para a conclusão da venda, estendendo as negociações até meados de junho. Segundo fontes próximas ao caso, a estrutura do acordo estava praticamente definida antes da reação de Pequim. A nova proposta é liderada por grupos como o Susquehanna International Group e a General Atlantic, que possuem assentos no conselho da ByteDance.
A viabilidade da operação agora depende da autorização do governo chinês, que até o momento não se comprometeu publicamente com a aprovação. A Casa Branca, por sua vez, segue articulando uma solução que preserve o TikTok nos EUA, mas com controle fora do alcance de Pequim.