Tomate, ovos e café puxam aumento no preço dos alimentos, que respondem por quase metade da inflação do mês; IPCA em 12 meses vai a 5,48% e ultrapassa meta do Banco Central.
A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,56% em março, impulsionada principalmente pelo aumento nos preços dos alimentos. O grupo Alimentação e bebidas registrou alta de 1,17% e foi o responsável pelo maior impacto no índice, contribuindo com 0,25 ponto percentual, o que representa cerca de 45% da taxa do mês.
No acumulado do ano, o IPCA soma alta de 2,04% e, nos últimos 12 meses, o avanço chega a 5,48%, acima do teto da meta do Banco Central, que é de 4,50%. Todos os nove grupos analisados apresentaram elevação, mas os alimentos lideraram a pressão inflacionária, puxados principalmente pelo tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%). A falta de chuvas e o calor afetaram as lavouras, contribuindo para a alta, enquanto a maior demanda na Quaresma ajudou a elevar o preço dos ovos.
A alimentação no domicílio avançou 1,31%, e a fora do domicílio também acelerou, com refeições subindo 0,86% e cafezinho, 3,48%. Por outro lado, caíram os preços do óleo de soja (-1,99%), arroz (-1,81%) e carnes (-1,60%).
O grupo Despesas pessoais teve a segunda maior alta (0,70%), influenciado pelo fim de promoções no setor cultural. Em Transportes (0,46%), destacou-se o aumento nas passagens aéreas (6,91%) e a alta desacelerada dos combustíveis. Vestuário subiu 0,59%, com elevação em todos os tipos de roupa e acessórios.
A Habitação teve variação de 0,24%, com desaceleração da energia elétrica, que passou de 16,80% em fevereiro para 0,12% em março, após o fim do desconto do Bônus de Itaipu. A inflação de serviços caiu para 0,62% e os preços monitorados desaceleraram para 0,18%. Já o INPC, indicador voltado às famílias de menor renda, teve alta de 0,51% em março e acumula 5,20% em 12 meses.