Palhaço conta sobre seu trabalho em comemoração ao dia do circo
Por Rafaela Duarte
Na última segunda-feira (27), foi comemorado o Dia do Circo, essa data foi criada para homenagear os artistas circenses, uma das formas mais tradicionais de se fazer arte e entretenimento no Brasil.
O circo faz parte do imaginário infantil, e com certeza, essa palavra remete ao palhaço, o personagem principal nesse tipo de apresentação.
Entendendo a importância do circo e do palhaço, o Jornal Terceira Visão entrou em contato com João Bachega, um artista com especialização em palhaçaria e que faz parte da Casa de Cultura de Valinhos, trabalhando como oficineiro.
O que o circo representa na sua vida?
O circo representa um pedaço muito grande de tudo o que eu faço e sou, originalmente sou do teatro, porém tive professores e referências circenses que me mostraram um outro lugar da cena. Se colocar em um lugar redondo onde se deve dar atenção 360º e ainda conseguir segurar esse público não é fácil.
Quando você entendeu que era um artista circense?
Me caiu a chave que o circo estava em mim quando fui no circo a primeira vez, parece clichê, mas eu já estava estudando palhaçaria nessa época. Foi quando eu vi tudo o que estava aprendendo ali na minha frente, em um picadeiro simples, mas com números e acrobacias maravilhosas, sem esquecer da figura do palhaço é claro, desde então não quis mais tirar o nariz vermelho.
Durante a pandemia, as artes no geral foram abaladas. Qual é o papel dos artistas, assim como você, na sociedade atual pós-pandemia?
Existe uma frase que eu gosto muito que diz: “A arte é a maneira que a alma conseguiu pra falar”, e se tratando desse contexto pós-pandemia, de certa maneira nos esquecemos de como deixar nossa alma falar e as artes em geral tem um papel importantíssimo nesse resgate dos nossos sentimentos e expressões. A arte também cura.
Qual foi a melhor coisa que seu trabalho te proporcionou?
Felicidade, com certeza felicidade, é o que meu trabalho me proporcionou e ainda proporciona, é claro que como todo trabalho, também existem seus percalços, mas lidar com pessoas de uma maneira poética, cômica, dramática, enfim poder transmitir algo e mudar o dia de alguém é muito gratificante.
Quais, na sua opinião, são as principais dificuldades enfrentadas pelo artista circense?
Quando falamos do circense podemos falar desde o circo clássico que viaja o Brasil até os malabares no farol. Os artistas que viajam, por exemplo, apontam dificuldades em conseguir espaço público para montar a lona, também não conseguem matricular os filhos em escolas, onde o ensino muitas vezes é feito de maneira informal. Existem leis que garantem esses direitos, porém o acesso e a informação ainda é muito pouco.
Você acredita que em Valinhos exista apoio para o tipo de trabalho que você realiza?
Sim, acredito, hoje muito mais, sei que alguns processos demandam tempo e planejamento, mas estamos indo bem, como o projeto dos oficineiros que começou no ano passado e neste ano tem ganhado mais força.
Você além de ser artista, é oficineiro, ou seja, realiza oficinas ensinando um pouco do que sabe. As inscrições para participar delas, ainda estão abertas? Como é possível se inscrever?
Sim, as oficinas já começaram, mas ainda há inscrições, atualmente estamos em 5 oficineiros, Maria Clara com teatro e contação de história, Sabrina Barros com alongamento e dança criativa, Luca Di Vito com o Circo, Agnaldo na Música e eu João Bachega com Mímica e improviso. As inscrições podem ser feitas no local de cada oficina, só peço para confirmar antes com cada oficineiro a disponibilidade, faixa etária e horários, essas informações podem ser vistas melhor no perfil da Secretaria da Cultura (@secretariadaculturadevalinhos)