Após o resgate, os animais são cuidados em lar temporário ou em clínicas parceiras até serem adotados
Por Gabriel Previtale
Em Valinhos, há uma figura importante dedicada ao amor e à proteção dos animais: Kerolin End Impassionato Dal Bianco, servidora pública municipal e advogada. Sua trajetória como ativista pelos direitos dos animais começou em 2005, impulsionada por um profundo respeito por esses seres que compartilham conosco o planeta. “Não tive uma inspiração específica; sempre tive muito respeito pelos animais”, compartilha Kerolin. “Quando tive meu primeiro emprego, pude iniciar os trabalhos na proteção.”
Seu primeiro resgate marcou o início de uma jornada de compromisso e amor incondicional pelos animais. “Foi de uma cachorra que teve a pata da frente cortada”, lembra. “Ela passou a se chamar Nina e foi adotada pelo Hospital Veterinário Vicente Moreno, vivendo por muitos anos.”
Ao longo dos anos, Kerolin e suas colegas protetoras, Juliana Amarante e Fernanda Caetano, resgataram mais de 5000 animais em situações de perigo e abandono. Mas esse trabalho não é isento de desafios. “A falta de ajuda financeira, pois como não tenho ONG, não recebo nenhuma verba do governo, então todo o resgate tem um custo (veterinário, transporte, medicamentos, ração, sachês, tapetes higiênicos, internações, exames). Além disso, temos também a dificuldade em encontrar lar temporário (alguém que tenha um local para o animal ficar até ser adotado, pois não temos abrigo)”, explica a protetora dos animais.
Entre os muitos resgates marcantes, Kerolin lembra-se de situações de risco enfrentadas com coragem e determinação. “Há muitos resgates que já fiz, alguns me marcaram profundamente, como, por exemplo, o cachorro que foi maltratado por um morador de rua e que, ao final, teve uma vida muito feliz, mas faleceu há poucos meses. Outro caso foi o da Penélope, que foi abandonada com seus irmãos na chuva em um lixão. Cuidei dela desde a mamadeira e nós tínhamos uma ligação inexplicável de amor e gratidão. Já enfrentei situações de risco sim. Em um resgate, uma cadela foi adotada com quatro filhotes, e fomos chamadas para ajudar. Ela tinha sido castrada e deixada sem cuidados adequados em um banheiro. Quando a pessoa chegou, os pontos estavam abertos, e ela não resistiu. Ficamos com os filhotes, e um deles é a pretinha Estrela”, relata a ativista.
Após o resgate, os animais são cuidados em lar temporário ou em clínicas parceiras até serem adotados. A entrevistada também participa ativamente de campanhas de castração e feiras de adoção, buscando lares responsáveis para os animais resgatados.
Ela enfatiza o papel crucial da comunidade de Valinhos no apoio ao seu trabalho. “As pessoas precisam ser conscientizadas de que todos podem ajudar”, destaca. “Denunciando maus-tratos, sendo lar temporário, doando ração, compartilhando posts de adoção – toda ajuda é bem-vinda!”
Para Kerolin, a mensagem fundamental é clara: “Um animal não é um brinquedo. Ele precisa de proteção, cuidado e amor. Adotou? Cuide, alimente, castre!” Seu compromisso com a causa animal é um lembrete poderoso de que, juntos, podemos criar um mundo mais compassivo e justo para todas as formas de vida.