Você já se pegou lembrando-se de algo, de alguém, de uma situação, de um lugar? É muito provável que sim, não é mesmo? Há quem possua lembranças boas, também chamadas de nostalgia, há quem tenha lembranças ruins, associadas a traumas. Pois bem é justamente sobre as lembranças que irmos refletir hoje. Você vem comigo? Ótimo, então vamos em frente!
Vivemos inseridos no tempo do relógio, dentro das 24 horas, da cronologia, também conhecida no contexto filosófico grego como ‘Chronos’, há quem consiga administrá-lo com enorme facilidade, são pessoas organizadas que sabem por onde começar, o que fazer, quando fazer, quando e à quem delegar tarefas e atividades, são pessoas que gerenciam de modo sublime e invejável o tempo do relógio. Essas não sofrem pelo futuro tendo ansiedade, pois dela não são reféns, não sofrem com depressão, pois do passado não são reféns e muito menos sofrem com estresse, atributo este de quem se perde em meio as tarefas do cotidiano. Já imaginou o quão horrível é ser refém em um assalto, estando nas mãos de um psicopata? E se trocarmos o psicopata pelo tempo? Como seria você, minha querida leitora, meu caríssimo leitor, sendo refém do tempo?
Qual seria o segredo para gerenciar o tempo? Existe receita mágica? Tenho lá minhas dúvidas, enquanto professor de filosofia que sou, pois somos todos diferentes, com demandas diferentes, o que nos uni e de forma democrática e igualitária é o tempo! As mesmas 24 horas que você tem, eu as tenho, o presidente da república tem, o morador de rua tem, o papa tem… “- Mas o que seria então a atemporalidade professor Thiago?” você poderia estar me perguntando; e eu lhe respondo de um modo bem didático. Na língua portuguesa, por vezes a letra ‘A’ antes de alguma palavra é sinônimo de negação, aqui em nossa reflexão a palavra atemporal esta associada aos momentos em que estão além do tempo cronológico, o tempo do relógio, as 24 horas, me refiro aqui a todas aquelas experiências que marcaram nossa vida e que delas nos recordamos a partir de âncoras ou gatilhos (muito conhecidos na PNL – Programação Neurolinguística), são aquelas situações que nos fazem lembrar de situações de outrora? Parece estranho eu sei, mas um cachorro caramelo que você vê na rua pode lhe fazer lembrar de um cachorro que você tinha na sua infância e dos momentos agradáveis que com ele você passava, sorrindo. Não é tão difícil… Sorrir!
As reações mediante a tais âncoras ou gatilhos por vezes são imprevisíveis, há quem mediante uma delas possa vir a sorrir, outras possam via a chorar de nostalgia, há aquelas pessoas que passam mal, pois para elas tal lembrança seja sinônimo de trauma… Não vou aqui me atrever a prever o que pode acontecer; muito menos prometer curas como fazem os “gurus” da auto-ajuda. O que me soa interessante e serve apenas de sugestão é quando você se pegar cabisbaixa (o), pensar em algo, alguém ou alguma situação que você se sentiu muito feliz, confiante, a vontade e dela poder extrair alguma emoção que venha mudar seu estado atual. A atemporalidade tem lá suas imprevisibilidades, compete a você buscar o que lhe faz bem e partindo dela, fazê-la uma aliada nessa viagem pela vida, cheia de obstáculos, aprendizados e dualidades emocionais extremas. Um forte abraço.