News

Medo do cancelamento virtual

A alodoxafobia é um termo novo advindo e criado pela psiquiatria, psicologia e psicanálise. Ele foi desenvolvido a partir dos resultados apresentados por pacientes nas sessões clínicas e em terapias. Você aceita refletir sobre tal conceito junto a mim? Que bom, então venha comigo, se você se perder no caminho estarei aqui para lhe esclarecer toda e qualquer dúvida.

A palavra vem de termos advindos do grego: állis significa diferente, doxa siginifica opinião e fobia é sinônimo de medo. Portanto, se unirmos cada palavra, temos a alodoxafobia: o medo compulsivo da opinião alheia. Esse conceito/ diagnóstico é dado àquelas pessoas que pautam suas decisões e opiniões, que pautam sua vida na opinião da sociedade. É óbvio que temos que ter prudência sobre o que e onde falamos, sobre o que e onde expressamos nossa humilde opinião, mas isso vem acontecendo em assuntos banais do cotidiano, muito em razão do excesso uso, o mau das redes sociais, onde tal ferramenta está ali exposta para o uso de qualquer pessoa, podendo ser boa (gerar bons frutos), como nada saudáveis ocasionando em malefícios para a saúde mental de quem delas se utiliza.

Infelizmente as pessoas que se utilizam das redes sociais estão sempre vendo tudo o que há do bom e do melhor: as melhores roupas, o melhor padrão estético, os melhores carros, casas, as melhores viagens, sendo todo um kit exposto como sendo o padrão ideal, o da vida perfeita, de uma vida de sucesso nos pressionando a segui-lo. Aí que mora o perigo, pois você tenta, tenta, descansa e tenta mais um pouco, mas nem sempre você tem êxito naquilo que faz, nem sempre você consegue o que tanto almejou. E a alodoxafobia adentra aqui, uma vez que você está disposta(o) a abrir mão de seus valores, princípios e identidade para agradar o maior número de pessoas, para conseguir seguidores, para conquistar likes e se fazer vista(o), ser notada(o) terceirizando a si para ser mais um em meio à massa existencial. Isso acaba levando, paulatinamente, o agente de tal atitude a desenvolver tal fobia social, uma vez que ela está preocupada com a opinião alheia e com a possibilidade de ser cancelada(o) virtualmente e socialmente por não atender à demanda imposta pela sociedade. Lhe pergunto: é mesmo necessário nadar conforme a maré? É saudável abrir mão de sua identidade para agradar os outros? Para se sentir pertencente, ser vista(o) e notada(o)?

Uma vez que você utiliza as redes sociais por si e para si, nisso não vejo mal algum (uma vez que não venha a ser postagens imorais), mas postar para agradar… Aí que mora o perigo, pois você pode postar com esse objetivo e não ter o retorno desejado e é aí que se desenvolve a frustração que, dia a dia sendo sentida, acarreta em doenças emocionais como ansiedade e psicossomáticas envolvendo a parte física do corpo. Mesmo atingido o tão desejado sucesso midiático você pode vir a fracassar emocionalmente no aspecto da saúde mental. Se isso ocorrer, “o seu sucesso torna-se o seu fracasso”. Pense nessa nossa reflexão. Eu, professor Thiago Pontes, não me preocupo em agradar ou desagradar no conteúdo que aqui escrevo, apenas tenho a melhor das intenções respeitando o posicionamento de cada um. Eu me utilizo da maiêutica de Sócrates, o chamado método da parteira, na qual, se utilizando de perguntas, se estimula o interlocutor (a leitora, o leitor) a ter novos pontos de vista e assim adotar possíveis mudanças saudáveis. Um forte abraço.

Leia anterior

O verdadeiro advogado

Leia a seguir

Como as emoções impactam suas finanças