A leucemia afeta os glóbulos brancos do sangue, conhecidos como leucócitos, gerando células doentes na medula óssea
Fevereiro é o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia, um tipo de câncer do sangue que impacta milhares de brasileiros anualmente. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2020 e 2022, a projeção para o Brasil é de mais de 10 mil novos casos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.
O panorama do câncer no Brasil não se limita à leucemia, pois, conforme estudo do Ministério da Saúde (MS), mais de 3 milhões de brasileiros perderam suas vidas nos últimos 39 anos devido a até 18 tipos de câncer relacionados à exposição a produtos, substâncias ou misturas presentes nos ambientes de trabalho.
O Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil, baseado em dados do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM), revela que, nesse período, ocorreram 3.010.046 óbitos relacionados a esses tipos de câncer. Diante desse cenário, especialistas destacam a necessidade de ações efetivas para controlar ou eliminar a exposição dos trabalhadores a agentes cancerígenos.
Embora o câncer seja uma doença complexa e multifatorial, fontes especializadas apontam para a existência de cânceres evitáveis relacionados à exposição ocupacional. O Inca destaca que a leucemia está associada a determinados agentes causadores, como agrotóxicos, amianto (asbestos), sílica, benzeno, xileno e tolueno. Profissionais expostos a esses agentes incluem agricultores, operários da indústria química e construção civil, trabalhadores de laboratório, mineradores, entre outros.
A leucemia afeta os glóbulos brancos do sangue, conhecidos como leucócitos, gerando células doentes na medula óssea. Isso compromete a imunidade do paciente, resultando em maior suscetibilidade a infecções. Diante desse cenário, especialistas enfatizam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para aumentar as chances de cura.
Recentemente, terapias direcionadas têm se destacado no tratamento da leucemia, focando em células específicas associadas ao desenvolvimento do câncer. A imunoterapia, por exemplo, utiliza o sistema imunológico do paciente para combater as células cancerígenas. Essas abordagens mais precisas minimizam os efeitos colaterais associados aos tratamentos convencionais, proporcionando uma maior qualidade de vida aos pacientes.
A terapia genética tem ganhado destaque como uma promissora ferramenta no combate à leucemia. Caracterizada pela modificação genética das células do paciente, essa abordagem visa corrigir mutações responsáveis pelo desenvolvimento da doença. Os tratamentos com células CAR-T (células T receptoras de antígeno quimérico) são um exemplo notável de como a terapia genética tem revolucionado a forma como enfrentamos a leucemia.
A pesquisa constante é fundamental para a evolução no combate à leucemia. Iniciativas globais, envolvendo pesquisadores, instituições acadêmicas, organizações sem fins lucrativos e a indústria farmacêutica, têm resultado em uma troca acelerada de conhecimentos e recursos. A colaboração internacional possibilita o acesso a diversas perspectivas e recursos, impulsionando a descoberta de novos tratamentos.
Além dos avanços médicos, é crucial reconhecer a importância do suporte psicossocial no combate à leucemia. A jornada do paciente muitas vezes envolve desafios emocionais e sociais significativos. Portanto, a integração de serviços de apoio psicológico e social nos planos de tratamento é essencial para garantir uma abordagem holística no cuidado dos pacientes.