Mortes por picada de escorpião disparam no Brasil e alertam para riscos à população

Boletim do Ministério da Saúde aponta aumento de casos, com crianças e idosos entre os grupos mais vulneráveis
O Brasil registrou 131 mortes causadas por picadas de escorpião, segundo o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O número representa um aumento expressivo de 42,39% em comparação com o ano anterior, que contabilizou 92 óbitos.

O crescimento dos casos preocupa autoridades de saúde e destaca a vulnerabilidade de determinados grupos. Crianças de até 9 anos foram as principais vítimas, representando 34% do total, com 44 mortes registradas — um aumento de 47% nessa faixa etária. Em seguida, aparecem os idosos (25 mortes) e jovens de 20 a 29 anos (17 mortes).

Acidentes a cada 3 minutos

Além das mortes, o número de acidentes envolvendo escorpiões também aumentou. Foram 202.714 registros no país, o que equivale a uma média de 563 casos por dia — ou um a cada 3 minutos. A região com maior número absoluto de ocorrências foi o estado de São Paulo, com 48.655 acidentes.

Santa Catarina apresentou o maior aumento proporcional, com crescimento de 64% em relação ao ano anterior. Já o estado de Alagoas lidera o ranking proporcional, com 365 casos para cada 100 mil habitantes. As cidades com maior número de registros foram Maceió (AL), Brasília (DF) e Fortaleza (CE).

Minas Gerais lidera em mortes

Minas Gerais foi o estado com mais mortes causadas por escorpiões, com 67 casos — mais da metade do total registrado no país. Na sequência estão Bahia (28 mortes) e Goiás (8).

A letalidade dos acidentes está diretamente associada à rapidez no atendimento médico. O Ministério da Saúde aponta que o risco de morte dobra entre as vítimas que demoram mais de uma hora para buscar socorro. Por esse motivo, áreas rurais registram maior número de óbitos, devido à dificuldade de acesso a serviços de saúde.

Situações de risco e prevenção

Os acidentes ocorrem com mais frequência no verão, à noite e, muitas vezes, dentro de casa. As picadas ocorrem principalmente nas mãos (39,5%) e nos pés (31,4%), durante tarefas domésticas ou ao vestir roupas e calçados.

A recomendação das autoridades é manter os ambientes limpos e vedados, evitando entulhos e frestas. Também é importante verificar roupas de cama e sapatos antes de usá-los, vedar ralos e frestas e manter o lixo sempre bem fechado.

O que fazer em caso de picada

  • Lavar o local com água e sabão;
  • Aplicar compressa morna;
  • Procurar atendimento médico imediato;
  • Se possível, levar o escorpião (ou uma foto) para facilitar a identificação da espécie.

Espécies mais perigosas

Das 180 espécies de escorpiões existentes no Brasil, apenas quatro são responsáveis por acidentes graves. Todas pertencem ao gênero Tityus:

  • Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus),
  • Escorpião-amarelo-do-Nordeste (Tityus stigmurus),
  • Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) e
  • Escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus).

Esses animais possuem veneno neurotóxico, com ação sistêmica, o que torna as picadas potencialmente fatais, especialmente em crianças e idosos.

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