Mototáxi por aplicativo: Petição com 40 mil assinaturas pressiona pela retomada do serviço em São Paulo

Com julgamento marcado, debate sobre mototáxi por aplicativo em São Paulo divide opiniões entre acessibilidade e segurança no trânsito

A mobilização pelo retorno dos serviços de mototáxi por aplicativo em São Paulo tem ganhado força. Uma petição na plataforma Change.org, criada pelo Instituto Livre Mercado, já ultrapassa 40 mil assinaturas, reunindo apoio de cidadãos que defendem a retomada da atividade. Os signatários argumentam que milhões de paulistanos dependem de transporte rápido e acessível, especialmente aqueles que residem em áreas com menor oferta de transporte público. Além disso, destacam que milhares de motociclistas perdem a oportunidade de gerar renda devido à proibição do serviço.

A suspensão do mototáxi por aplicativo foi decretada pelo prefeito Ricardo Nunes em 27 de janeiro. Embora a Justiça de São Paulo tenha anulado a decisão, as empresas 99 e Uber optaram por manter a interrupção do serviço até uma resolução definitiva. O julgamento sobre a constitucionalidade da questão será realizado na próxima segunda-feira, 6 de abril.

Enquanto aguarda a decisão, a Uber intensificou sua estratégia de comunicação para demonstrar que segue mobilizada. A empresa tem veiculado anúncios nos principais jornais da capital paulista, além de inserções em portais de notícias e vídeos divulgados em suas redes sociais.

O tema também movimenta a Câmara Municipal de São Paulo. A vereadora Amanda Paschoal (PSOL) defende a regulamentação do serviço, apontando que o mototáxi é uma alternativa essencial para a população da periferia, diante das dificuldades de deslocamento e da crescente insegurança. O vereador Lucas Pavanato (PL) apresentou um projeto de lei para regulamentar a atividade, destacando que a medida pode garantir empregos para muitas pessoas.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que 72% dos paulistanos apoiam a oferta do serviço de mototáxi na cidade. O estudo indica que a adesão é mais expressiva entre negros, jovens de 18 a 29 anos, moradores da periferia e usuários frequentes do transporte público.

Por outro lado, questões de segurança no trânsito são os principais argumentos dos que defendem a suspensão. Em entrevista coletiva no dia 26 de março, Ricardo Nunes afirmou que, embora o número total de óbitos no trânsito na cidade esteja em queda, os acidentes fatais envolvendo motociclistas seguem aumentando. O prefeito ressaltou a importância de medidas como a faixa azul exclusiva para motos, recapeamento das vias e melhoria da sinalização semafórica, além da necessidade de impedir que empresas como Uber e 99 implementem um serviço que, segundo ele, poderia aumentar os índices de acidentes fatais.

A Change.org também tem sido utilizada para manifestar apoio à decisão de Nunes. Uma petição contrária à liberação do mototáxi destaca que, além dos riscos individuais, os acidentes afetam a mobilidade urbana, prejudicando o trânsito e causando transtornos adicionais.

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