Europa enfrenta nova onda de calor com recordes de temperatura e risco extremo de incêndios

Termômetros ultrapassam 44 °C em vários países; França, Itália, Portugal e Espanha adotam medidas emergenciais diante de alerta de saúde e crise climática

Uma nova onda de calor atinge diversos países da Europa nesta segunda-feira (30), com temperaturas extremas que devem se manter por vários dias. Os termômetros registram até 44 °C em regiões da Itália, França, Portugal e Espanha, forçando governos a tomarem medidas para proteger a população e conter os riscos de incêndios.

Na França, 84 das 95 regiões estão sob alerta laranja, o segundo nível mais alto. O calor extremo fez com que aproximadamente 200 escolas públicas fechassem parcial ou totalmente nesta semana, e o governo orientou empresas a protegerem seus funcionários.

“Nunca vimos isso antes”, declarou a ministra francesa da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.






Moradores de cidades como Bordeaux relatam dificuldades para suportar o calor. “Vivemos no escuro, parece um forno”, contou Evan Bernard, residente da cidade.

Portugal, Itália e Espanha em alerta máximo

Em Portugal, dois terços do território estão sob alerta máximo de calor e incêndios. Em Lisboa, os termômetros devem ultrapassar 42 °C. Na Itália, 21 das 27 cidades monitoradas, incluindo Roma, Milão e Nápoles, estão sob o mais alto nível de alerta. Regiões como Lazio e Toscana estudam suspender trabalhos ao ar livre durante as horas mais quentes do dia.

Turistas em Roma buscam sombra perto do Coliseu e Fontana di Trevi, enquanto as autoridades italianas oferecem entrada gratuita em museus para idosos e abrem piscinas públicas para maiores de 70 anos.

No sul da Grécia, incêndios florestais obrigaram evacuações e fecharam rodovias, incluindo áreas próximas ao Templo de Poseidon. Mais de 130 bombeiros, 12 aviões e 12 helicópteros atuam no combate às chamas.

Na Espanha, cidades como Sevilha e Madri enfrentam temperaturas acima dos 40 °C, com recordes registrados em Granada (46 °C) — a maior marca desde o início das medições. A previsão é de que junho se torne o mês mais quente da história do país.

Efeitos no mar e nas cidades

A temperatura do Mar Mediterrâneo já ultrapassou os 26 °C nas Ilhas Baleares, valor comum apenas em agosto. O fenômeno é um dos reflexos do aquecimento global, que segundo o IPCC (Painel do Clima da ONU), torna ondas de calor mais frequentes, duradouras e intensas.

Nas cidades europeias, o efeito de ilha de calor urbano — quando o asfalto e os prédios retêm calor — agrava a situação. Cidades como Bolonha e Ancona, na Itália, instalaram refúgios climáticos e distribuíram desumidificadores a moradores em situação vulnerável.

Nos hospitais italianos, aumentaram em 10% os casos de insolação e desidratação, especialmente entre idosos, pessoas com doenças crônicas e em situação de rua.

Risco de saúde e mudanças climáticas

O calor intenso está forçando governos e cidadãos a se adaptarem rapidamente. Especialistas alertam que esses eventos são sintomas diretos das mudanças climáticas, e exigem respostas urgentes tanto no combate aos efeitos imediatos quanto na redução das emissões de gases de efeito estufa.

“Essas temperaturas não são normais para esta época do ano”, lamentou o fotógrafo Diego Radamés, de Madri.

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