Nesta semana em que se celebra o Dia do Trabalhador, ‘Career Opportunities’, do The Clash, de 1977, traz reflexões sociais e trabalhistas ainda presentes
Por Bruno Marques
Os anos 70 foram bem difíceis, sobretudo para jovens dos subúrbios da Inglaterra, país cuja soberba, na época, já não condizia às reais condições econômicas de distribuição além da real família abastada da nobreza. Alguns desses jovens, por volta de 1977, estiveram no show dos Ramones por lá e se sentiram empoderados pela possibilidade de se expressar através da música.
Dentre esses jovens estavam seres sociais sem quaisquer perspectivas de vida diante do movimento retrógrado personificado por Margaret Thatcher. Entre eles, se destacaram garotos que formariam, dentre outros grupos de punk rock, os Sex Pistols e o The Clash.
Em abril de 1977, nesse conturbado contexto político local, o The Chash lança seu homônimo álbum de estreia, bastante influenciado pelos Ramones. A faixa 1 do lado B de um total de 14 faixas deste trabalho é Career Opportunities, que trata o emergente tema com a primazia crítica de Joe Strummer, Mick Jones e Paul Simonon.
Letra
Me ofereceram o escritório, me ofereceram a loja. Eles disseram que é melhor eu tomar tudo o que tinha conseguido. Você quer fazer chá na BBC? Você quer ser, você realmente quer ser um policial?
Oportunidades de carreira, aquelas a não criticar
Todo trabalho que eles lhe oferecem é para te limitar
Oportunidade de carreira, aquelas a não criticar
Eu odeio o exército e eu odeio a R.A.F. Eu não quero ir lutar no calor tropical. Eu odeio as regras do serviço público. E eu não vou abrir as cartas bombas para vocês.
Motorista de ônibus. Homem da ambulância. Fiscal de passagens
Carreiras. Eles vão ter que introduzir o serviço militar obrigatório. Eles vão ter que tirar a minha limitação. Se eles querem me conseguir uma ocupação leve.