Escrevo este artigo indignado. A indignação não é um bom sentimento, mas não tive como evitá-lo. Busco me aperfeiçoar, tanto intelectual como espiritualmente, tentando atingir um grau de serenidade para conduzir-me adequadamente nos caminhos da vida e que, por certo, já estão traçados. Mas esta semana não deu. Além dos impostos que, como todo brasileiro, pago, terei que pagar também o imposto de renda, ao qual já havia recolhido antecipadamente aos cofres da União.
Ocorre que, no ano passado, ou seja, em 2023, o governo federal registrou um déficit primário de R$ 230,5 bilhões em 2023, ou 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional na última segunda-feira, dia 29 de janeiro. As contas do governo federal voltaram a ficar no negativo depois de registrar superavit de R$ 51,6 bilhões em 2022.
O déficit primário ocorre quando os gastos do governo superam a arrecadação com impostos, parecendo importante esclarecer que o pagamento de juros da dívida pública não é considerado nesse caso. Ou seja, o governo gasta mais do que ganha, do que arrecada. No sentido inverso, quando as receitas superam as despesas, há superávit.
O valor está acima da projeção do Orçamento de 2023, que previa déficit de até R$ 228,1 bilhões. Também supera a última projeção, de novembro, que previa um resultado negativo de R$ 177,4 bilhões.
E como o governo vai cobrir esse rombo no orçamento da União?
É muito simples: aumentando impostos para arrecadar o que falta para cobrir o rombo. E o trabalhador que pague, inclusive para o que não trabalha. E nesse sentido o trabalhador passa a ter valor, pois deixa ser apenas um detalhe para servir a um propósito, qual seja, o de trabalhar para sustentar a classe política de um governo gastador desenfreado e seus apaniguados.
Não sou contra o pagamento de impostos. Ao contrário. Os impostos devem existir para assegurarem a regular prestação dos serviços públicos. Mas meu Deus! A carga tributária brasileira é uma das mais altas do mundo e a contrapartida, ou seja, a utilização desses impostos pelo governo deixa a desejar e muito!
Cada cidadão brasileiro trabalha 5 meses do ano só para pagar impostos que, teoricamente, deveriam ser destinados à nossa segurança, saúde, educação, enfim, aos serviços públicos destinados à promoção do bem estar coletivo.
E onde estão os parlamentares que compõem o congresso nacional, ou seja, o senado e a câmara dos deputados, os ilustres senhores senadores e deputados federais da república, que deveriam fiscalizar as finanças públicas, a aplicação do dinheiro público e esse estado de coisas? Por certo se refastelando com as emendas participativas e dando em troca sua cumplicidade e conivência ao governo para endividar o país.
É incrível como nós brasileiros temos que suportar a ideia do quanto temos que tirar da boca de nossas crianças para que os nossos dirigentes possam colocar em prática uma ideologia típica de republiquetas de bananas! Tudo isso é muito triste, senão trágico! O Brasil é um país potencialmente fecundo, mas os seus dirigentes… Falta educação! É na educação que temos que focar e insistir. Sem educação tudo indica que esse estado de coisas só tende a se agravar…
Enfim, não pude deixar de compartilhar com você, leitor, essa indignação, pois creio que é melhor dividir esse sentimento do que mantê-lo guardado sob o alívio da inconsequência.