Para a psiquiatria, a piromania é o desejo mórbido e incontrolável de provocar incêndios, queimar ou atear fogo às coisas ou pessoas. O piromaníaco é caracterizado por um comportamento repetitivo de atear fogo de forma proposital e intencional.
A utilização da reação físico-química do fogo, nesses casos, não é designada para algo bom como fazer assados em um forno à lenha, nem para um espetáculo artístico como os shows do Rammstein. É fogo para a destruição de um bem comum com o fim de obter algo bom somente para si.
Ou seja, tem a ver com a necessidade de se inflar ou inflamar seu ego em detrimento dos outros. Quando alguém põe fogo em mata, florestas ou plantações, está se pondo também numa posição de poder acima dos outros por se prejudicar, de forma incalculável, a terra, o ar e a Natureza.
A história está repleta de momentos em que o fogo foi utilizado para esses fins ególatras e devastadores. Por exemplo, é popularmente atribuído a Nero o Grande Incêndio de Roma que ardeu em chamas enquanto o insano imperador estaria totalmente disperso.
Queimou-se um império e queimou-se muitas pessoas vivas e inocentes. Para fortalecer seu poder na Idade Média, por quase 300 anos, a Igreja Católica, através da Santa Inquisição, condenou ao fogo milhares de acusados de qualquer conduta que não estivesse de acordo com o cristianismo.
Queimou-se um palácio. Reichstag, a sede do parlamento alemão, em Berlim, no ano de 1933. O acontecimento levou a Alemanha à consolidação do nazismo no poder.
E, finalmente, no Brasil, queimou-se produções agrícolas. Entre 1931 e 1944, o país queimou 78,2 milhões de sacas de café. Para quê? Para diminuir o prejuízo dos magnatas cafeicultores.
Seja piromania, ou mania de pirar, entre as queimadas pelo propósito de justificar aumento no preço de alimentos e causar desestabilização do governo, a “boiada” continua passando. E com esse movimento autodestrutivo obscuro, inflamando seus egos, sufocam a realidade e esfumaçam nosso futuro.