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“Pra que esse orgulho?”. Elis manda a real sobre a soberba em A Banca do Distinto

Em faixa curta e direta composta por Billy Bianco, a “rainha da MPB” adiciona seu talento ultrassensível e deboche inteligente

Por Bruno Marques

Com recado bem claro, curto e direto para muitas pessoas, A Banca do Distinto é a música escolhida para esta seção musical de hoje. Ela foi composta por Billy Blanco, que fez diversos clássicos da MPB entre os anos 50 e 70. Robson Jorge e Lincoln Olivetti são creditados como os músicos desta canção.

Mas é a leveza gostosa da voz de Elis Regina e sua habitual interpretação magistral que fizeram A Banca do Distinto ser especial. Gravada em 1976, ela é a quinta faixa de Luz das Estrelas, álbum póstumo da “rainha da MPB”.

Destemida de espírito livre

Apelidada como Pimentinha, Furacão e Baixinha, Elis, uma das maiores cantoras do Brasil, acrescentou à composição o seu talento ultrassensível. Em A Banca do Distinto, ela, conhecida por sua personalidade autêntica, marcante e transparente, interpretou versos com um deboche incontido.

Elis Regina e sua habitual interpretação magistral que fizeram A Banca do Distinto ser especial

Politizada, de espírito livre, e tão pisciana, Elis era destemida ao criticar a Ditadura Militar como nesta inesquecível frase: “Esse país está sendo governado por gorilas. Sem querer ofender os gorilas, obviamente”.

Letra: “A vaidade é assim…”

“Não fala com pobre. Não dá mão a preto. Não carrega embrulho. Pra que tanta pose, doutor? Pra que esse orgulho?

A bruxa que é cega esbarra na gente. A vida estanca. O infarto te pega, doutor. Acaba essa banca.

A vaidade é assim, põe o tonto no alto, retira a escada. Fica por perto esperando sentada. Cedo ou tarde ele acaba no chão. Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do tonto. Afinal, todo mundo é igual. Quando o tombo termina, com terra por cima e na horizontal”.

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