Por Gabriel Previtale
No Dia da Alfabetização, celebrado em 8 de setembro, conversamos com a pedagoga Natalia Ghidelli, de 37 anos, formada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que compartilha sua experiência de 13 anos em sala de aula, sendo os últimos três na Emeb Cecília Meireles, em Valinhos.
Natalia destaca que o maior desafio da alfabetização está em atender as necessidades individuais de cada aluno. “Estamos lidando com seres humanos complexos, cada um com suas vontades e necessidades pedagógicas, sociais e emocionais. Atendê-las é essencial, pois impactam diretamente o processo de aprendizagem. É possível com apoio, planejamento e amor, mas é trabalhoso”, afirma.
Para atender a diversidade presente em cada turma, Natalia realiza um diagnóstico detalhado no início do ano letivo. Ela explica que o processo é similar ao de um médico, que realiza anamnese e exames para compreender a situação do paciente. “Faço atividades de leitura, escrita e matemática, além de conversas sobre sentimentos e emoções para entender como a criança aprende e qual sua bagagem emocional e cultural.”
Sobre os métodos de ensino, Natalia acredita que dar o exemplo é fundamental. “Praticar a leitura e a escrita com os alunos diariamente é um dos métodos mais eficazes. Lemos juntos, discutimos textos e fazemos atividades que exploram diferentes gêneros textuais.” Ela utiliza recursos lúdicos, como a “caixa de leitura”, com receitas, mapas, recortes de jornal, e o “saco de palavras mágicas”, com palavras em diferentes tamanhos e fontes.
Natalia também integra tecnologia em suas aulas, utilizando a lousa digital e jogos educativos. Recentemente, descobriu aplicativos como Edu Edu e Expressia, que ajudam tanto no processo de alfabetização quanto no desenvolvimento de crianças neurodivergentes. “Esses aplicativos permitem uma comunicação mais ampla e fornecem relatórios sobre o desempenho de cada aluno”, comenta.