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Stretta – Tratamento endoscópico para Refluxo

Estima-se que 12% da população brasileira, cerca de 25 milhões de pessoas, sofram da DRGE (Doença de Refluxo Gastroesofágico) ou apenas “Refluxo”, como é popularmente chamado. Até pouco tempo atrás, tínhamos apenas duas opções de tratamento para essa doença: remédios ou cirurgia. Mas há alguns anos, chegou ao Brasil um novo tratamento, chamado Stretta, que pode ser feito por endoscopia.

Para que você entenda como é o tratamento, é importante saber o que é o Refluxo. O refluxo é causado por alguns motivos, sendo um deles quando o músculo entre o estômago e o esôfago se torna fraco. Com isso, o conteúdo do estômago, inclusive ácido e bile, volta para o interior do esôfago, causando os sintomas da DRGE, como azia, arroto, indigestão, náusea, boca amarga, tosse crônica após alimentação e aumento de gases.

Em muitos casos, mudanças de hábitos, principalmente na alimentação, e medicamentos ajudam a melhorar esses sintomas, que são muito desagradáveis. Já as situações mais graves precisam de cirurgia. O Stretta chegou como um tratamento intermediário e é indicado para pacientes sem resultados efetivos com os medicamentos, pacientes que não desejam fazer uso crônico de medicações ou que não queiram ser submetidos a uma cirurgia.

Este método é realizado por radiofrequência, com um equipamento chamado Stretta, que é introduzido no paciente por endoscopia. Ele faz uma espécie de “queimadura” nas camadas internas do esôfago, fortalecendo o músculo para que o conteúdo do estômago não retorne mais.

O procedimento, não-cirúrgico, demora menos de uma hora e pode ser feito com o paciente sedado ou através de anestesia geral. Ele tem alta no mesmo dia e, no dia seguinte, pode retomar as suas atividades normais. Nas primeiras 24 horas, o paciente deve consumir apenas líquidos e, nas duas semanas seguintes ao procedimento, precisa ingerir uma dieta leve.

Os resultados mais significativos aparecem, em média, a partir de quatro meses após o procedimento, quando nós, médicos, começamos a suspender o uso de medicamentos. Os estudos a longo prazo apontam que, após quatro anos, 86% dos pacientes deixaram de usar medicamentos diários. Após oito anos, 72% e, após 10 anos, de 64% a 72%.

Este tratamento é ideal para pacientes que não têm alívio completo dos sintomas com o uso dos IBPs (Inibidores de Bombas de Prótons) ou para aqueles que estão preocupados com o uso prolongado de medicamentos.

O uso de radiofrequência já é comum na Medicina. Ela já é usada, por exemplo, para alargamento de próstata, para eliminar roncos e apneia do sono, para fibrilação atrial e na medicina estética.

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