Cresce o número de casos de TDAH e, com ele, os perigos do autodiagnóstico e da automedicação sem orientação profissional
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem ganhado cada vez mais visibilidade, especialmente nas redes sociais, onde relatos pessoais ajudam a ampliar o entendimento sobre a condição. Essa popularização, no entanto, acende um alerta entre especialistas: o risco crescente do autodiagnóstico baseado em conteúdos online.
Desatenção, impulsividade e agitação são sintomas comuns em diversas situações do cotidiano e não necessariamente indicam TDAH. Segundo profissionais da saúde, apenas especialistas habilitados como psiquiatras, neurologistas e neuropsicólogos podem realizar o diagnóstico correto, por meio de testes clínicos e avaliações detalhadas do histórico e comportamento do paciente.
O autodiagnóstico pode esconder transtornos diferentes, atrasar o tratamento adequado e favorecer a automedicação — prática que oferece sérios riscos à saúde. Medicamentos usados no tratamento do TDAH, por exemplo, possuem efeitos colaterais e, quando usados de forma inadequada, podem interferir no desenvolvimento de crianças e adolescentes ou mascarar outros quadros clínicos.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que os atendimentos ambulatoriais por TDAH cresceram 34,5% na região de Campinas entre 2023 e 2024, passando de 4.390 para 5.907. Em todo o estado de São Paulo, os casos saltaram de 78.292 para 83.363 no mesmo período.
O processo diagnóstico é criterioso e pode durar meses ou até anos. A recomendação dos especialistas é clara: qualquer pessoa que identifique sinais persistentes de desatenção ou hiperatividade deve buscar apoio profissional. Só com avaliação adequada é possível identificar corretamente a causa dos sintomas e iniciar um tratamento eficaz e seguro.