

Foto: Tesla/Divulgação
A Tesla suspendeu as vendas dos modelos Model S e Model X importados dos Estados Unidos na China, após a imposição de uma tarifa de 125% pelo governo chinês. A medida faz parte de uma retaliação às novas taxas aplicadas pelos EUA em meio à escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
No site chinês da Tesla, o botão de compra desses modelos de luxo — produzidos na Califórnia — foi removido. No entanto, consumidores ainda podem adquirir unidades em estoque. Os preços desses modelos começam em US$ 81.630 (cerca de R$ 480 mil) para o Model S e US$ 86.630 (R$ 510 mil) para o Model X, sem contar os custos de importação.
A decisão afeta diretamente os veículos premium da marca, enquanto a Tesla segue produzindo os modelos Model 3 e Model Y na fábrica local de Xangai, destinados ao mercado chinês e à exportação. Apesar disso, as vendas da Tesla na China caíram 11,5% em março, perdendo espaço para concorrentes como a BYD, que teve alta de 23% no mesmo período.
O cenário global também é desafiador: no primeiro trimestre de 2025, a Tesla vendeu 336.681 veículos, uma queda de 13% em relação ao ano anterior. A imagem da marca tem sido afetada por polêmicas envolvendo o CEO Elon Musk, incluindo sua associação com o ex-presidente Donald Trump, o que gerou protestos e boicotes em diversos mercados.
A empresa tenta se recuperar com atualizações no Model Y e com a Cybertruck, sua nova picape elétrica, cujo desempenho de vendas ficou abaixo das expectativas. Em março, a Tesla foi obrigada a fazer recall de mais de 46 mil unidades da Cybertruck por defeitos na carroceria.
Na Europa, a retração é ainda mais forte. As vendas caíram 36,8% na França, 63,9% na Suécia e 56% na Dinamarca no primeiro trimestre. No bloco da União Europeia, os emplacamentos recuaram quase 50% nos dois primeiros meses do ano. A Tesla agora enfrenta forte concorrência de uma nova geração de carros elétricos desenvolvidos por montadoras europeias e asiáticas.