Em 2015, o copiloto Andreas Lubitz deliberadamente causou a queda do voo Germanwings 9525, desencadeando mudanças nas normas de segurança aérea
Em 24 de março de 2015, o voo 9525 da Germanwings, entre Barcelona e Düsseldorf, se chocou contra as montanhas dos Alpes Franceses, resultando na morte de todas as 150 pessoas a bordo. Embora todos os sistemas da aeronave estivessem funcionando corretamente, o desastre foi causado por uma ação intencional do copiloto, Andreas Lubitz. Após o comandante deixar a cabine para ir ao banheiro, Lubitz trancou a porta e, em seguida, manobrou o Airbus A320 em direção à montanha.


Lubitz, de 27 anos, tinha um histórico médico de depressão e problemas de saúde mental que ele não havia reportado à companhia aérea. Ele foi diagnosticado com depressão psicótica pouco antes do voo e estava em tratamento com antidepressivos. Além disso, ele havia interrompido sua formação de piloto para tratar a depressão anos antes, embora nunca tenha apresentado comportamentos estranhos enquanto trabalhava na Germanwings.
Na manhã do desastre, Lubitz assumiu o controle do voo enquanto o comandante estava fora da cabine. Durante o voo, ele alterou os controles da aeronave e a desceu rapidamente de 11,5 mil metros para uma altitude mínima, o que gerou preocupação entre a torre de controle e outras aeronaves próximas. Tentativas de comunicação falharam, e o comandante, ao tentar retomar o controle, encontrou a porta da cabine trancada.
O dispositivo de segurança que trancava a porta da cabine, estabelecido após os atentados de 11 de setembro de 2001, foi crucial para a tragédia. Essa medida visava proteger os pilotos de possíveis sequestros, mas, no caso do Germanwings, ela impediu que os outros membros da tripulação interrompessem o ato do copiloto. Como resultado, foram feitas novas recomendações, incluindo a presença obrigatória de dois tripulantes na cabine de pilotagem durante o voo e exames psicológicos mais rigorosos para os pilotos.
Embora a investigação oficial tenha apontado o suicídio e homicídio como causa, a família de Lubitz contesta a conclusão, alegando que a perda de altitude foi causada por falhas mecânicas. Contudo, a teoria é amplamente contestada, dada a improbabilidade dos fatores se combinarem de maneira tão precisa.