Cessar-fogo entre Irã e Israel é anunciado após intervenção dos EUA

Ataques a instalações nucleares e ameaça de retaliação abriram espaço para um cessar-fogo mediado pelos EUA. Frágil, acordo pode ser rompido a qualquer momento.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu uma das decisões mais arriscadas de seu mandato ao inserir diretamente os EUA no conflito entre Israel e Irã, atacando instalações nucleares iranianas no último fim de semana. Mas, surpreendentemente, a manobra parece ter dado resultado imediato: um cessar-fogo entre os dois países foi anunciado e pode abrir caminho para uma negociação mais duradoura — caso o frágil acordo seja respeitado.

“Talvez o Irã possa agora prosseguir rumo à paz e à harmonia na região”, afirmou Trump em sua rede social, após os primeiros sinais de redução da tensão.

Cessar-fogo em meio à escalada

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou que Teerã não pretende continuar sua resposta militar, desde que Israel cesse sua “agressão ilegal” até as 4h (horário local). Do lado israelense, o governo afirmou ter “atingido seus objetivos” e aceitou o cessar-fogo.

No entanto, apenas duas horas após o prazo acordado, o ministro da Defesa de Israel acusou o Irã de violar o pacto e prometeu uma resposta firme. O Irã, por sua vez, negou a acusação, revelando a fragilidade do acordo.


O ataque americano que mudou o rumo do conflito

A ofensiva dos EUA no fim de semana teve como alvo infraestruturas nucleares iranianas e foi descrita por Trump como uma resposta à crescente ameaça do Irã e sua postura beligerante na região.

No domingo, o Irã retaliou com o lançamento de mísseis contra uma base americana no Catar, mas todos foram interceptados e não houve vítimas ou danos significativos.

Fontes da Casa Branca revelaram que Trump manteve contato com mediadores do Catar e com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para articular os termos do cessar-fogo anunciado na segunda-feira (23).


Lembrança de 2020: retaliação sem escalada

A atual crise ecoa a tensão de janeiro de 2020, quando Trump ordenou o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani. O Irã retaliou, mas os EUA evitaram nova ofensiva, e a situação foi contida.

Agora, a mesma estratégia de mostrar força seguida de recuo calculado parece estar em jogo, com o Irã buscando proporcionalidade — inclusive notificando o Catar previamente sobre seu ataque, o que foi elogiado por Trump.


Reação global e desafios

Apesar do alívio momentâneo, o mundo acompanha com apreensão os desdobramentos. Autoridades americanas admitem que qualquer novo ataque com mortes de soldados dos EUA forçaria Trump a reagir com mais força.

Nos bastidores, a Casa Branca trabalha para consolidar a trégua, mas teme que a fragilidade do cessar-fogo leve a novos episódios de violência.

Leia anterior

STF promove acareações entre Mauro Cid, Braga Netto, Anderson Torres e Freire Gomes sobre tentativa de golpe

Leia a seguir

Prefeitura de Valinhos inicia operação para remoção de fios soltos e estima retirada de 5 toneladas na região central