Acervo de Valinhos permanece como ponto de partida para se conhecer a história, mas não há atualizações no local
Por Bruno Marques
Em 1988, na antológica O Tempo Não Pára, Cazuza cantou: “Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades”. Antevendo como vindouros governos medíocres tratariam a história, os versos do poeta caem não como uma luva, mas como uma marreta, na política revisionista que ignora a própria trajetória.
Nesta segunda publicação da seção De Volta ao Passado, do Jornal Terceira Visão, abordamos a situação do que é o principal ponto de partida comum para se conhecer a história de Valinhos: o Museu e Acervo Municipal ‘Fotógrafo Haroldo Ângelo Pazinatto’.
O Museu Municipal foi inaugurado em outubro de 1996, na ocasião da comemoração dos 100 anos da elevação de Valinhos à categoria de Distrito de Paz. Seis anos depois, em 2002, o lugar recebeu o nome de ‘Fotógrafo Haroldo Pazinatto’ como homenagem ao cidadão que fez inúmeros registros na história da cidade.
Localizado no edifício da antiga Estação Ferroviária, tombado pelo CONDEPHAAT, o acervo do museu é composto a partir de doações de materiais ofertados por munícipes e empresas. Há uma sala de conteúdo referente à obra inestimável do fotógrafo Haroldo Ângelo Pazinatto, um dos eternizados guardiões da memória de Valinhos.
Há ainda outras duas salas temáticas: a Origens: do antigo pouso de parada à formação da cidade; e Morar em Valinhos: Cultura Material, Ofícios e Costumes da cidade no século XX.
No entanto, o local não recebe atualizações que tornem a visita mais atrativa. A Estação tem abrigado cada vez mais desabrigados e o acesso lembra mais um esconderijo, o que é de praxe de administrações déspotas que visam esconder a história. Mas, enquanto houver imprensa livre, a memória do nosso povo será mantida.