Universidade busca alternativas para manter a administração da unidade diante da possível abertura de chamamento público
A Unicamp pode perder a gestão do Hospital Estadual de Sumaré (HES) após 25 anos de administração. O convênio com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) corre risco de ser substituído por um chamamento público, abrindo concorrência para outras organizações. O contrato atual está previsto para encerrar em julho deste ano.


Desde sua inauguração, em setembro de 2000, o HES tem sido referência no atendimento pelo SUS para moradores de Americana, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré, além de desempenhar um papel fundamental na formação de profissionais da saúde. A administração do hospital é realizada por meio da Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp), que gerencia tanto o ensino quanto a pesquisa, enquanto a SES cobre os custos de atendimento.
O modelo de gestão vinha sendo renovado a cada cinco anos, mas a universidade foi notificada há cerca de um ano sobre a intenção de abrir um chamamento público. Para participar, as organizações interessadas precisam se configurar como OSS (Organização Social de Saúde), entidades que não podem ter fins lucrativos e devem reinvestir eventuais ganhos na unidade. A Unicamp está em processo de credenciamento da Funcamp como OSS para concorrer ao edital.
A universidade propõe três alternativas para evitar a perda da gestão: manter o convênio atual, reconhecer as unidades de saúde da Unicamp como autarquias ou adiar o chamamento público até maio de 2026. Caso precise disputar o edital, a Unicamp busca obter certificação Cebas (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), que concede benefícios fiscais, permitindo maior competitividade.
Outra preocupação envolve a formação acadêmica dos alunos da Faculdade de Ciências Médicas, que têm no HES um importante campo de aprendizado. Mesmo que a Unicamp vença o chamamento público, a incerteza permanece, pois um novo edital será necessário em cinco anos. Além do HES, a universidade administra o Hospital Regional de Piracicaba e diversos AMEs, mas recentemente perdeu a gestão dos AMEs de Piracicaba e Rio Claro após processos semelhantes.
O governo estadual confirmou que o contrato com a Unicamp permanece vigente até julho de 2025 e que um chamamento público será publicado oportunamente.