Neste exato momento em que o(a) leitor(a) está lendo este editorial, uma criança ou adolescente está sendo abusado sexualmente na cidade. E antes que você termine a leitura desta edição, outros vulneráveis estarão – e continuarão – à mercê de criminosos inescrupulosos em algum lugar, em qualquer hora, totalmente desamparados.
Vulnerável é a pessoa que tem menos de 14 anos ou que é acometida de doença mental ou enfermidade, destituída de capacidade para consentir com o ato ou oferecer oposição.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), Valinhos bateu, em setembro, um recorde vergonhoso: o número de crianças e adolescentes estuprados na cidade já é o maior registrado na história antes mesmo do fim do ano.
Até então, o recorde era do ano passado. E a gravidade do exposto não está só nos números. Há incidências bem recorrentes em Valinhos. Só pra citar alguns, de um ano para cá, houve o caso dos irmãos abusados pelo marido da babá, o do pastor que abusou da afilhada no São Bento, o do treinador de futebol que abusava dos alunos – e está foragido -, e do psicólogo que aliciava sexualmente meninos durante as sessões.
Já nesta semana, mais um caso: uma menina de 13 anos que foi estuprada pelos tios. Um deles a estuprou dentro da casa onde mora, no Jardim São Luiz, e o outro, um mês antes, a violentou na casa da avó, em Campinas.
E, assim, o Jornal Terceira Visão, único a reportar o incômodo assunto, cumpre mais uma vez seu trabalho e função social em informar e conscientizar. Encontramos os dados, fizemos o levantamento, calculamos, redigimos, editamos e publicamos.
Mas o que as autoridades, as instituições e a sociedade valinhense têm a dizer, e sobretudo a fazer, sobre as crianças e adolescentes que estão sendo estuprados no município?