Por Thiago Pontes
Acho eu que você já tenha ouvido uma frase clássica que é: “Colhemos o que plantamos”, pois bem; é a partir dessa máxima que convido você a refletir sobre os impactos que sofremos de terceiros e principalmente de nós mesmo. Acompanha-me nessa jornada? Então vamos lá.
Meus avôs e avós foram nascidos e criados em sítios, lidavam com plantação, tratores e demais procedimentos que desconheço por eu ter nascido na cidade, mas o que sei é que dado o ato de plantar é também chegada a hora da colheita, procedimento esse que me faz citar o filósofo grego Aristóteles que criou a teoria da causa e efeito. Quem planta colhe, ou melhor; colhe-se o que planta. Não é possível colher maçã, se plantou-se laranja, não é possível colher bananas se plantou-se goiabas e por aí vai… É extremamente válido ressaltar que ao plantar, plantam-se sementes, pequeninas, mas que com o tempo fazem com que aquilo cresça e ganhe um enorme espaço impactando inclusive o que estiver ao seu lado.
Dada a base para nossa reflexão, gostaria de pegar a essência citada à cima e trazer para a nossa realidade, onde convivemos em sociedade: a agricultura dos afetos! Na filosofia, área na qual atuo, os afetos estão ligados aos sentimentos e emoções. Quando planta-se afetos positivos, tais como carinho, empatia, amor, alteridade é natural que venhamos a colher afetos semelhantes, o oposto também é pertinente, uma vez que se plante desafetos, tais como ódio, raiva, fofoca, mesquinhez, mentiras é quase certo que a lógica nos guiará para que colhamos os desafetos que foram plantados nessa agricultura da vida.
Vou além nessa nossa reflexão: uma semente é quase imperceptível, pequenina como já mencionei anteriormente, mas ao crescer ela também produz raízes, raízes essas que sustentam aquilo que fora semeado, raízes profundas que servem de alicerce para as flores, folhas e frutos, raízes que servem de suporte para os afetos ali semeados, ou seja; quando se planta amor é natural que se colha o mesmo, mas caso contrário, caso venha a receber o fruto do ódio, não se desespere, pois basta ter ciência de que sua raiz, a do amor é forte e profunda a ponto de não se deixar impactar pelas grandes tempestades e ventos da vida.
Agora eu lhe pergunto: o que você anda plantando, semeando no arado de sua vida? Saiba que mais cedo ou mais tarde a hora da colheita chega e não adianta fugir da responsabilidade do que irá colher, muito menos adianta ter inveja da colheita do Outro. É momento de auto-análise, de autoconhecimento para saber onde se está e aonde se quer chegar, perceber as rotas que deve-se parar de trilhar e quais se deve iniciar uma nova jornada, perceber quais sementes se deve parar de semear e quais precisam plantar e cuidar para que nasçam e dêem maravilhoso frutos na agricultura da vida. Espero que nossa reflexão seja de grande valia para você meu querido leitor, minha querida leitora que aqui me acompanha semanalmente, que você possa ser uma pessoa que saiba lidar com a agricultura dos afetos em sua vida e na vida de quem com você convive. Um forte abraço.