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Sabem o que você passa para zelar pela imagem que construiu?

Quanto vale buscar o topo, ser referência, ser o melhor, o mais competente, o mais disciplinado? O que motiva alguém a desejar chegar nesse patamar? Seria por si mesmo ou para mostrar aos outros? E se realmente tal pessoa conseguir “chegar lá”, qual o esforço que ela precisará fazer para se manter lá, sendo essa referência, sendo esse melhor? Isso pode ocorrer no mundo real bem como no mundo virtual, imagens em público como sendo o melhor! Mas nos bastidores, como é a realidade, a rotina? Percebeu a quantidade de provocações que conseguimos expor mediante a esse tema minha querida leitora, meu caro leitor? Adoraria contar com sua companhia para refletirmos sobre isso, vamos juntos? Ótimo.

Podemos pegar como exemplo algum atleta, um jogador de futebol, por exemplo, que deseja chegar ao topo de sua carreira, imagine só o quanto tempo do seu dia ele precisa treinar para entregar um resultado diferenciado, dia após dia, disciplina, aí, ele chega lá! Agora a cobrança é outra, antes era para chegar ao topo, agora é para se manter lá e uma vez que se está exposto como sendo uma referência; ele certamente será observado, apreciado e se não render o que o fez chegar ao topo irá abrir “brechas” para começarem as críticas. Poucas pessoas pensam no trabalho que dá manter-se no topo. Na área musical também funciona assim, cantores do município lutam pelo reconhecimento, tiram dinheiro que não tem do boldo para gravar músicas, clipes e, estouram, eles têm uma agenda de shows razoável em nível nacional, mas logo a música que os fez “estourar” passa, é substituída por outra, não dura muito, como defendia Bauman, grande nome da sociologia ao expor sua teoria da Modernidade Líquida. Se não houver uma nova música o cantor que estourou volta a ser “mais um na fila do pão”, recebendo críticas e sendo alvo de deboche.

Mas não é só com artistas que isso ocorre não, isso pode acontecer sim no seu cotidiano, no seu ambiente de trabalho, no seu círculo social, onde você aparentar ser o melhor, batendo metas que ninguém bate, sendo muitas vezes eleito o funcionário do mês, mas e nos bastidores, alguém sabe o árduo trabalho que foi para você chegar lá? Houve ética a ponto de não passar a perna em ninguém? Houve disciplina e prioridades a ponto de colocar em risco a própria saúde física e emocional para entregar o resultado desejado, deixando de lado o casamento, o namoro, a atenção para com os filhos, as noites sem dormir por preocupação… Isso é informado à todos?! E novamente provoco: O sacrifício para chegar lá ainda permanece o mesmo para manter-se lá? Lá, lá mesmo, no topo! Cuidado para não colocar a própria vida, a sua saúde física e emocional por conta de uma imagem, por zelar pelo personagem que você criou, seja fisicamente/ pessoalmente, seja virtualmente em redes sociais. Estamos adentrando na chamada Modernidade Líquida que Bauman, sociólogo que mencionei anteriormente defende, tal era é uma era sem referências, suscetível a doenças e problemas emocionais como: ansiedade, depressão, insônia, estresse, síndrome de burnout, ataque cardíaco, infarto…

Leve tudo isso em conta quando desejar ser o melhor, quando se esquecer da humildade e se apossar de uma postura arrogante julgando ser melhor do que todos, quando construir uma imagem utópica de um excelente profissional, uma excelente pessoa buscando elogios presenciais, seguidores virtuais… A conta chega e o tempo passa! Reflita sobre o que expus nesse artigo e pense duas vezes antes de se vitimizar se não conseguir chegar lá ou se tudo desmoronar estando no topo, lembre-se que não estamos em Hollywood onde tudo é perfeito e sempre termina com um final feliz. Um abraço.

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