Crise. É um conceito utilizado na sociologia, na política, na economia, na medicina, na psicopatologia, entre outras áreas. Significa uma mudança súbita ou agravamento que sobrevém no curso de algo ou alguém.
A (sobre)vivência no mundo contemporâneo neoliberal é repleta delas. Há crises econômicas, de riso, de choro, de pânico, alérgica, climática e, claro, a crise existencial.
O ser humano é o único capaz de questionar sua existência. Apesar de habilidades esplêndidas de outras espécies, uma hiena, por exemplo, não pensa em questões como: “dois problemas se misturam: A verdade do universo e a prestação que vai vencer” (Raul Seixas).
No entanto, ainda que seja apenas o ser humano dotado desta bênção, e também maldição, a desigualdade abismal que há entre seres humanos desnutridos em qualquer canto e bilionários mimados na Faria Lima veda e cega a reflexão sobre a existência.
Os políticos, como se diz, são o reflexo do povo. Se predomina a ideia de intolerâncias e fanatismos religiosos, desrespeito à laicidade, tentativas de justificativas de todos os tipos de violência e corrupção, inclusive os de privilégios obtidos na mão grande e leve, é porque parcelas demasiadamente numerosas da sociedade são, no mínimo, cúmplices.
As eleições em todo o país mais uma vez comprovaram isso. E assim não só se cura da crise moral social. Não se reflete, não se trata e acumula-se várias ao mesmo tempo. A crise é moral. E geral.
A crise é moral