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A importância da primeira infância na vida de uma criança

Um indivíduo adquire boa parte dos recursos psicológicos que serão aplicados ao longo de sua vida nesta época

Por Luanna Dias

Os primeiros anos de vida de uma pessoa moldam quem ela será no futuro. Este desenvolvimento refere-se às questões cognitivas, à capacidade de aprendizagem e à maneira como estabelece seu relacionamento com outros indivíduos e ao desenvolvimento de traumas e recursos de defesa. É durante a primeira infância, ou seja, dos 0 aos 6 anos, que o indivíduo adquire boa parte dos recursos psicológicos que serão aplicados ao longo de sua vida.

O psicólogo Gabriel de Sousa Vieira (CRP 06/140207), de 35 anos, atuante na profissão há 6 anos, explica a importância da primeira infância e como ela influencia na vida adulta, ressaltando quais fatores devem ser valorizados, observados e os papéis de cada um nesse processo.

Após a relação com o núcleo familiar, o primeiro contato externo será com outras crianças. “Se a família oferece um apoio incondicional e empático, as outras crianças estarão em um momento individualista, logo, surgem os conflitos, a competição pelo espaço e pela atenção, o contato com a diferença. Esta interação é fundamental para o desenvolvimento das habilidades de socialização. Por isso, o ambiente escolar é importante, pois promove esse espaço de interação com a mediação dos adultos”, explicou Gabriel.

O fato de os pais terem ciência dessa jornada a torna mais tranquila. Um profissional pode auxiliar a criança e a família durante esse processo, oferecendo um espaço individual de compreensão e cuidado. É necessário um olhar externo e capacitado para a identificação das demandas e elaboração das estratégias de cuidado com a criança atendida.

Psicólogo Gabriel de Sousa Vieira fala com detalhes sobre educação

Um ambiente seguro é o início de uma educação menos traumática. “É fundamental que a criança sinta segurança com sua família. Quando uma criança faz birra, ela está testando seus vínculos. É preciso que ela perceba que, independentemente do quanto ela ataque os pais, eles continuarão presentes. Obviamente, irão repreender suas atitudes e oferecer outros recursos para lidar com a frustração, mas com o tempo a criança não verá mais necessidade de testar sua família”, disse o psicólogo.

Além disso, ter boas atitudes enriquece o ambiente da criança com bons exemplos. Como diz o ditado: “criança vê, criança faz”. Os pequenos tendem a reproduzir os comportamentos daqueles que consideram como modelos. Logo, é impossível exigir que uma criança não seja agressiva com os colegas se o trato no seu núcleo familiar se dá através da agressividade.

Entretanto, tanto na infância quanto na vida adulta, nem sempre se ganha o desejado, e, segundo Gabriel, esse fator de contrariedade também deve ser trabalhado: “Ao mesmo tempo que a família oferece amparo, também deve promover certo nível de frustração, para que a criança esteja preparada para as expectativas que não serão atendidas ao longo da vida. Desta maneira, a personalidade do indivíduo será formada na capacidade de manter o equilíbrio entre suporte e frustração”.

Os momentos mais significativos na memória das crianças são aqueles em que se divertem verdadeiramente. Portanto, durante a primeira infância, é fundamental priorizar a brincadeira. Nessa fase, em que as preocupações são poucas, a família e os cuidadores devem incentivar e proporcionar bons momentos para ficar sempre nas lembranças.

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