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A trajetória do movimento emancipacionista até a criação do município em 1953

A primeira eleição municipal ocorreu em 3 de outubro de 1954, elegendo Jerônymo Alves Corrêa como prefeito

No dia 16 de maio de 1952, às 21h, teve início o movimento emancipacionista em Valinhos. A reunião aconteceu no prédio da União dos Movimentos Católicos e contou com a participação de 87 pessoas. O objetivo era discutir os trabalhos necessários para elevar Valinhos à categoria de município, deixando de ser apenas um distrito de Campinas.

87 pessoas participaram da primeira reunião emancipacionista

A reunião foi presidida pelo dentista Omar Amorin e teve a presença de importantes líderes locais, como Alfredo Zacarias, Mário Vieira Braga, José Spadaccia (Bepe) e Horácio Amaral. Foi constituída a Comissão Oficial do Movimento Emancipacionista, com membros influentes da comunidade.

Enfrentando resistências, especialmente na Câmara Municipal de Campinas, representada pelo vereador Miguel Monteiro Neto (PTB), o movimento ganhava força. O vereador propôs a suspensão de obras importantes planejadas para Valinhos até que um plebiscito fosse realizado.

Plebiscito

Após várias pressões e controvérsias, o plebiscito foi marcado para o dia 29 de novembro de 1953. Com ampla mobilização da população e realização de comícios e reuniões nos bairros, compareceram 875 eleitores. O resultado foi expressivo: 866 votos a favor da emancipação, 8 contrários e 1 voto em branco.

Em 29 de novembro de 1953 é realizado o Plebiscito

Em 30 de dezembro de 1953, por meio da lei nº 2.456, o Governo do Estado oficializou a criação do Município de Valinhos. Os bairros que compunham o novo município eram Capuava, Lopes, Fonte Sônia, Capivari, Pinheiros, Santa Cruz, Jurema, Lenheiro e Serrote.

Como era a vida em 1952

A infraestrutura da “Villa Valinhos” em 1952 revela um distrito em pleno crescimento e desenvolvimento. Segundo o relatório estatístico elaborado por Horácio Amaral, Valinhos contava com diversos estabelecimentos comerciais e industriais, além de uma próspera atividade agrícola. Na área comercial, destacavam-se 4 farmácias, 19 armazéns de secos e molhados, e 11 bares e botequins, atendendo às necessidades da população local. Já no setor industrial, havia empresas de renome, como a Cia. Gessy Industrial, com 786 funcionários, a Gerin Focesi, com 354 funcionários, e o Cartonifício Valinhos, com 100 funcionários, contribuindo para a geração de empregos e o fortalecimento econômico da região.

Na área agrícola, Valinhos contava com 700 propriedades cadastradas e se destacava pelo cultivo de videiras, com um impressionante número de 320 mil videiras plantadas. Essa produção resultava em cerca de 400 mil engradados de figo, demonstrando a importância da atividade agrícola para a comunidade.

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