Nesta segunda-feira (5) começa o julgamento do ex-jogador de futebol, Daniel Alves, que está preso há um ano na Espanha após ter sido acusado de agredir e violar sexualmente uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona. Ocorrerá em três dias consecutivos a audiência do jogador com previsão de se encerrar na próxima quarta-feira (7).
Daniel Alves afirma que é inocente e pontua que a relação sexual foi consensual entre os dois, porém, o ex-jogador mudou inúmeras vezes o seu depoimento, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados com a Justiça apontando risco de fuga. Vale lembrar que a pena para este tipo de crime no país é de até 12 anos de reclusão.
As sessões devem acontecer de forma aberta, com a presença da imprensa em uma sala à parte, porém captações de áudio e imagem estão vetadas. A mulher que denunciou o jogador terá a identidade preservada e vai realizar o depoimento protegida por um biombo para que não tenha contato visual com o jogador, sem horário divulgado de maneira prévia. A imagem dela será reproduzida em vídeo para os presentes, com a imagem e voz distorcidas. A medida visa proteger a identidade da vítima.
Detalhes sobre o julgamento
O julgamento será realizado pela juíza Isabel Delgado Pérez, e será acompanhada pelos magistrados Luís Belestá Segura e Pablo Diez Noval. A audiência está marcada para acontecer às 10h (6h no horário de Brasília). É esperado que Daniel Alves deponha no primeiro dia, quando ainda haverá o depoimento de seis pessoas. Outras 22 serão ouvidas no segundo dia, totalizando 28 testemunhas.
O terceiro dia será dedicado a análise de dados periciais, como imagens das câmeras de segurança da boate onde aconteceu o caso, e exames médicos realizados pela denunciante. Vale ressaltar que não há prazo para o anúncio, até lá, o jogador continuará preso preventivamente. Apesar de a acusação pedir 12 anos de prisão (pena máxima), e o Ministério Público, nove, a tendência é que o brasileiro, se condenado, permaneça recluso por no máximo seis anos.
Isso porque no início do caso judicial, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) de indenização à jovem. A advogada da suposta vítima de Daniel Alves contesta a possível redução da eventual pena. O MP solicitou, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.