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“Existir pra resistir”, brada Preta Rara

Falsa Abolição é um rap forte de reflexão na semana em que se celebrou, no dia 13, a “libertação” dos escravizados

Por Bruno Marques

Lançada em 2015, pela cantora Preta Rara no álbum ‘Preta Rara no Estúdio Showlivre ao vivo’, a música Falsa Abolição traz uma grande reflexão não só sobre o racismo, mas também sobre as condições históricas do povo negro no Brasil.

Como o próprio título já afirma, o rap de protesto protesta a tal “libertação” dos escravizados ou a “abolição” da escravatura. Argumentos não faltam pela visão dos marginalizados desde 13 de maio de 1888, ocasião da assinatura da Lei Áurea.

Metralhadora de sofrimentos de gerações

Preta Rara dispara, como uma metralhadora do rap, inúmeros problemas sofridos pela sociedade afrodescendente. Junto a um clima musical tenso e reflexivo, a cantora fala, de modo geral, sobre identificação, discriminação, preconceito, intolerância e falta de oportunidades.

“Pra obter conquistas, é preciso reivindicar. Meninas negras não brincam com bonecas pretas”

Com profundidade nos temas, Preta Rara cita também a violência policial, “genocídio que cresce no povo preto”, perseguição racial, rejeição e desrespeito a religiões de origem africana, e também eventos e personagens históricos como Dandara e Zumbi dos Palmares.

Coincidência?

Por coincidência, ou não, a data de 13 de maio não marca apenas a abolição da escravatura que inspirou a contestação da canção. Foi nesse mesmo dia, de 1985, que Preta Rara nasceu, em Santos, litoral paulista.

Além de cantora, Joyce da Silva Fernandes – seu nome real – é professora, historiadora, feminista e ativista na causa de discriminação contra gordofobia.

Preta Rara também é escritora, tendo lançado, em 2019, a obra ‘Eu, empregada doméstica: a senzala moderna é o quartinho da empregada’.

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