News

Francisco Glicério: um pedaço de céu!

Recebo do amigo Carlos Queiroz, pelo WhatsApp, vídeo com uma legenda: “Sensacional, só Campineiro raiz vai saber o que significa”.

                Curioso, abro o vídeo. Descortina-se um moderno estúdio de gravação, com dois músicos: um ao piano e outro na guitarra, cantando a música intitulada “Glicério”, cuja letra é de autoria de Horácio Marana e do Sapo Musseli, nosso querido e festejado colega acadêmico na Academia Valinhense de Letras e Artes, a AVLA. Respondem pela música o Sapo e o Gui Musseli, música que o Sapo canta e encanta, com sua voz rouca e afinada!

                A música e a letra são singelas, e por isso, cativantes e sedutoras, fazendo com que voltemos ao passado, relembrando a Rua Francisco Glicério em Campinas, onde em seu entorno, tantas lembranças construímos, pelo fato de frequentarmos aqueles locais na nossa juventude, nas idas e vindas do colégio Ateneu, da Faculdade de Direito da Puccamp, e mesmo depois de formados, e onde até hoje ainda retornamos ao convívio de alguns dos locais que não foram apagados pelo inexorável tempo.

                A Francisco Glicério, reproduzida no vídeo com fotos antigas, da época, é comparada pelos autores a um pedaço de céu, que confessam amar, lembrando os saudosos trilhos de bonde, a doceira Terminus, dentro do Hotel Terminus, o cine Windsor, que passava filmes de Oscarito, Mazzaropi, Lauren Bacall, a saudade de tomar um chopinho no Columbia, um jantar no Armorial, e um beijo na menina que atravessa a festejada rua, no Restaurante Rosário. E com uma ida à Catedral para pedir a felicidade de reencontrar a doce garota em meio às flores do jardim do boulevard e presenteá-la com balas de mel. Que saborosa canção!

                Que lembrança querida a da doceira Terminus, com a sua famosa bola de chocolate regada ao rum, cujo sabor ainda me adoça a boca e a alma.

                Para o colégio, o Ateneu, íamos de bonde, o José Luiz Mattiazzo, o Silvinho Antoniazzi. E quando matávamos aula, tínhamos endereço certo: o Taco de Ouro, para os jogos de bilhar. E não voltávamos para casa sem antes passar no mercado da Barão de Jaguara para devorarmos o pastel de palmito.

                E na faculdade, que frequentava à noite, quando saía, dirigia-me, com amigos de turma, para o Bavária, situado em frente ao cine Ouro Verde, que não existe mais. E também, fazia parte do tour, o Faca’s Bar, o Café Regina, o Giovanetti, o tradicional Restaurante Rosário (que, infelizmente, fechou), onde éramos, Mirian e eu, frequentadores de carteirinha, assim como o classudo Armorial, onde éramos recebidos pelos seus proprietários, o simpático e elegante casal Solange e Ângelo Lepreri, o qual tinha música ao vivo, pista de danças e festas inesquecíveis. E onde estava sempre ao piano o saudoso Orlando Fagnani, que era muito boa prosa, ao lado dos artistas plásticos Thomaz Perina e Geraldo Jurgensem, este último muito falante e que sempre fazia questão de sentar à nossa mesa.

                Vem-me à mente também o Stilus, o chique restaurante dos amigos Shirley e Gordon, com vinhos personalizados para a casa, onde degustávamos sobremesas flambadas, mais para ostentar do que para saborear, confesso!

                Bons tempos, inesquecíveis lembranças, que a música do amigo Sapo trouxe de volta. Saudades, mas boas saudades, com gosto doce!

Leia anterior

Com gol a favor e contra de zagueiro Joílson, Ponte Preta estreia com empate

Leia a seguir

TIF – tratamento inovador para refluxo gastroesofágico