Lembrados pela população valinhense como médicos de família, doutores pioneiros remetem a atendimentos bem diferentes dos de hoje em dia
Nada se desenvolve sem saúde. Uma pessoa, um animal, ou uma sociedade. É notório na história de muitas cidades haver um ou mais médicos na composição do desenvolvimento da saúde pública e, em muitos casos, inclusive da política local. E é também o caso de Valinhos.
Por isso, nesta edição especial de aniversário de 127 anos do município, o Jornal Terceira Visão se dedicou a cuidar da história de dois dos primeiros médicos que cuidaram da saúde de tantos valinhenses.
Dr. Conti: Cura pelo atendimento humanizado
Dr. Antônio Bueno Conti está com 86 anos, mais de 60 dedicados à medicina, sendo mais de 40 como cirurgião geral. Médico de família, como ele mesmo define. Dr. Conti também foi secretário de Saúde e vereador – assim como seu filho, Henrique Conti, que está, atualmente, em seu sexto mandato na Câmara de Valinhos.
Dos seus tempos de atendimento presencial, domiciliar e mais humanizado, Dr. Conti compara como era antes com os dias de hoje, modernizados e munidos de fartas tecnologias. Ele avalia que os exames especializados têm precisão e auxiliam os médicos, mas causam um encarecimento demasiado
Incisivo, trata com preocupação sobre a medicalização – uso abusivo de remédios. Lamentou sobre a relação de confiança médico-paciente ter diminuído. “É absolutamente essencial na medicina que haja esse vínculo cliente-médico, é um impulso quase que emocional que ajuda a curar”.
Dr. Admar Concon: um extenso legado familiar
Nascido em 1º de maio de 1925, bem no Dia do Trabalho, e falecido em 12 de abril de 2014, aos 88 anos, Dr. Admar Concon se considerava um valinhense pé de figo roxo. Teve diversos trabalhos ainda na infância e, no colegial, trabalhou em escritório de engenharia civil, desenhando plantas de projetos de construções para custear seus estudos.
Formado em Medicina em 1953, trabalhou na Casa de Saúde de Campinas por muitos anos, para onde levava os pacientes de Valinhos enquanto a cidade ainda não tinha hospital. Com a ajuda da comunidade e principalmente de José Spadaccia, conseguiu realizar o sonho de um hospital em Valinhos, a Santa Casa, de onde foi o primeiro diretor clínico, exercendo o cargo por 14 anos.