

O governo dos Estados Unidos enfrenta o 38º dia de paralisação parcial, o chamado “shutdown”, nesta sexta-feira (7), marcando o período mais longo de interrupção administrativa da história do país. A medida afeta diversos serviços públicos e já causa impacto direto no setor aéreo, com 4% dos voos cancelados por ordem do Departamento de Transportes, devido à falta de funcionários.
A determinação atinge os 40 maiores aeroportos americanos, que devem enfrentar um dia de caos. O número de cancelamentos pode chegar a 10% até 14 de novembro, segundo o secretário de Transportes, Sean Duffy. De acordo com estimativa da analista Cirium, até 1.800 voos podem ser cancelados diariamente, afetando 268 mil passageiros.
A paralisação ocorre porque o Congresso não aprovou o orçamento federal dentro do prazo, impedindo o governo de financiar serviços e pagar servidores. O impasse se concentra na área da saúde, já que os democratas condicionam a aprovação do orçamento à prorrogação de programas de assistência médica, enquanto os republicanos, liderados por Donald Trump, insistem que o tema deve ser tratado separadamente.
O setor aéreo é um dos mais atingidos pela escassez de mão de obra: controladores de voo trabalham sem receber desde 1º de outubro, e muitos começaram a faltar. A situação se agrava às vésperas do feriado de Ação de Graças, uma das épocas de maior movimento nas viagens domésticas.
Além da aviação, o shutdown afeta parques nacionais, museus, zoológicos federais e pontos turísticos, como a Estátua da Liberdade e o National Mall, que devem suspender as visitas. No Pentágono, mais da metade dos 742 mil funcionários civis foi afastada.
Serviços essenciais, como pagamento de aposentadorias, programas de saúde e operações do Serviço Postal, continuam funcionando. Já tribunais federais e a Receita operam com restrições e podem parar se a paralisação se estender.
Na esfera política, o impasse reforça a disputa entre democratas e republicanos. Líderes do Senado, como Chuck Schumer, acusam o governo Trump de negligenciar a crise de saúde, enquanto os republicanos afirmam que a oposição está usando o orçamento como instrumento eleitoral antes das eleições legislativas de 2026.