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Você tem tempo ou ele lhe tem?

Você aí que lê o que aqui partilho com você, conseguiria me responder se tem tido tempo de sobra pra realizar suas atividades? Já parou pra pensar numa suposta relação entre tempo e democracia? Pois bem, é sobre isso que pretendo refletir hoje, posso contar com você? Vale ressaltar que isso demandará certo tempo, mesmo assim há disposição da sua parte? Ótimo, então mãos à obra!

Em uma breve pesquisa fui à busca da origem da divisão do tempo e eis que citaram sobre os babilônios, povo que viveu entre 1950 a.C. e 539 a.C. na Mesopotâmia, foram eles os primeiros a marcarem a passagem do tempo. Ao construir o relógio de sol, dividiram o dia em 12 partes e depois em 24, que são as horas que usamos até hoje. Esse parágrafo inicial nos servirá de base para a reflexão que a partir daqui se sucederá. Já lhe deixo uma grande questão a ser refletida, minha cara leitora, meu caro leitor: é você quem tem o tempo ou ele é quem tem você?

O que mais ouço por aí são pessoas dizendo que não têm tempo para nada, que estão saturadas de atividades, de tarefas, compromissos, mas tudo isso está inserido no tempo, o que as pessoas no fundo querem dizer é que a demanda de atividades nada atrativas aumentou, pois o tempo, senhor de si, continua ali, democrático, sendo as mesmas 24 horas para todos! Então me parece que quando se expressam dizendo que não sobra tempo para mais nada, no fundo é uma má gestão do mesmo, uma vez que ele está lá, passivo. Há em dado momento uma disputa, que me parece como uma ‘queda de braço’, entre razão e emoção, pois há momentos em que a hora voa, porém há momentos em que a hora não passa, parece que o relógio travou.

O tempo me parece ser democrático, o mendigo tem as mesmas 24 horas que eu, que você, que grandes empresários, que os milionários jogadores da Copa do Mundo, que o Papa, que o Presidente da República, que um bebê recém nascido, que uma pessoa diagnosticada por uma doença mortal… Cronologicamente são as mesmas 24 horas, um possível ponto de argumentação é como se dá a gestão do mesmo, como fica a relação racional com a emocional em dados momentos existenciais, de angústia, de nostalgia, de saudade, de intensidade, de amor… Parece-me que ao invés de dizermos que não temos tempo ou que temos tempo de sobra, o fato é que o tempo é que nos tem, pois sem mim, sem você, ele continua lá, (aonde eu não sei) mas continua existindo, ele não depende de nós, nós quem somos reféns dele, sendo assim, eis a questão: como agir, ou melhor, como reagir?

Essa é uma reflexão pertinente tendo em vista que chegamos ao final de ano, de mais um ano, com suas alegrias e tristezas, ganhos e perdas, e o que me incomoda é essa sensação de “virar a página”, como se em Janeiro um novo capítulo se iniciasse deste “livro da vida”, me parece que isso seja até mesmo irracional tendo em vista que somos seres racionais. Um gato não sabe o que é Natal muito menos virada de ano. Um periquito não sabe o significado na famosa música midiática: “-… hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou…”, um boi não sabe que dia 31 de Dezembro se encerra o ano e que dia 01 de Janeiro se inicia outro ano (e olha que eles são tidos como irracionais). O ponto aqui é: seriam tais celebrações momentos de escapismo, como sugeriu a psicanálise com Freud? Por que esperar virar o bendito ano para se renovar, para iniciar algo ou parar com algo? Por que se sentir dono do tempo quando no fundo é ele que nos têm, e ele continua muito bem a reinar sem nós. Por que esperar as férias para ser feliz? Não há felicidade no cotidiano? Vive-se de festividades, rojões, bebidas alcoólicas, praias…? Enfim, são reflexões que venho aqui lhe deixar. Caso tenha valido a pena essa leitura, penso que você possa ter sim investido bem seu tempo (e que tal reflexão não para aqui no ponto final), caso não tenha lhe trazido nenhum impacto positivo, peço-lhe desculpas por ter lhe feito perder seu tempo. Um grande abraço.

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