Neste exato momento em que o(a) leitor(a) está lendo este editorial, uma criança ou adolescente está sendo abusado sexualmente na cidade. E antes que você termine a leitura desta edição, outros vulneráveis estarão – e continuarão – à mercê de criminosos inescrupulosos em algum lugar, em qualquer hora, totalmente desamparados.
Vulnerável é a pessoa que tem menos de 14 anos ou que é acometida de doença mental ou enfermidade, destituída de capacidade para consentir com o ato ou oferecer oposição.
E nesta edição, trazemos um levantamento que fizemos que revela uma realidade que, embora absurda e alarmante, não é tratada e combatida com a devida seriedade e eficácia.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), foram registrados 18 casos de estupro em Valinhos ao longo do primeiro semestre de 2024. Destes, 16 foram estupro de vulnerável.
Ou seja, em 88% das ocorrências deste crime, juridicamente considerado hediondo, as vítimas foram crianças e adolescentes. E que ainda pode ser colocado como: Quase 9 em cada 10 vítimas de estupro em Valinhos no primeiro semestre de 2024 têm menos de 14 anos.
E a gravidade do exposto não está só nos números. Há incidências bem recorrentes em Valinhos. Só pra citar alguns, de um ano para cá, houve o caso dos irmãos abusados pelo marido da babá, o do pastor que abusou da afilhada no São Bento, o do treinador de futebol que abusava dos alunos – e está foragido -, e do psicólogo que aliciava sexualmente meninos durante as sessões.
E, assim, o Jornal Terceira Visão, cumpre mais uma vez seu trabalho e função social em informar e conscientizar. Encontramos os dados, fizemos o levantamento, calculamos, redigimos, editamos e publicamos. Mas o que as autoridades, as instituições e a sociedade valinhense têm a dizer, e sobretudo a fazer, sobre as crianças e adolescentes que estão sendo estuprados no município?