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Polêmico pronunciamento!

Meu caro leitor: não poderia deixar de trazer algumas considerações sobre as recentes declarações do presidente da república sobre os ataques de Israel na Faixa de Gaza, em virtude da sua repercussão, tanto a nível nacional, quanto internacional, implicando o povo brasileiro.

                Mas, como professor que sou, não me furto de, antes, também formular alguns comentários sobre o que é uma coisa e o que é outra coisa.

                Assim, vamos verificar, primeiramente, o que é a Faixa de Gaza. A Faixa de Gaza é um território de 41 km de comprimento e 10 km de largura entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo. A área, equivalente a um quarto da cidade de São Paulo, abriga cerca de 2,3 milhões de pessoas e é controlada desde 2007 pelo grupo extremista palestino Hamas.

                E o que é o Hamas? O Hamas, palavra que significa “Movimento de Resistência Islâmica”, foi fundado em 1987 após o início da primeira Intifada, que foi uma ampla revolta palestina contra a ocupação israelense em seus territórios. É uma organização política e militar palestina de orientação sunita islâmica, que governa a Faixa de Gaza (parte dos territórios palestinos atualmente submetida a bloqueio aéreo, terrestre a marítimo por Israel), desde 2007.

                E qual é o objetivo do Hamas? A destruição de Israel e sua substituição por um Estado islâmico. O Hamas travou várias guerras com Israel desde que assumiu o poder. O atual conflito entre Israel e Hamas, iniciado em 7 de outubro após ataques terroristas do grupo islâmico em território israelense, já é o mais mortal da história de Gaza e o que mais vitimou israelenses e palestinos nos últimos 50 anos.

                Quem financia o Hamas? O Hamas tem no Irã seu principal apoiador. Teerã fornece armas, treinamento e financiamento a seus membros. O Hamas também recebe recursos do Catar, de expatriados palestinos e de doadores privados no Golfo Pérsico, além de instituições islâmicas.

Foto: Presidência da República

                E qual foi o pronunciamento de Lula que causou tanta polêmica? O discurso de Lula, como Chefe de Estado, condenou as ações do Hamas, tendo as classificado como um ato de terrorismo. Porém, passou aos poucos a subir o tom das críticas à resposta de Israel, chegando a atribuir os sucessivos ataques à Faixa de Gaza a um genocídio, comparando-os ao assassinato de judeus pelos nazistas, no Holocausto.

                Como se posicionou Israel em razão desse pronunciamento? Após comparar os ataques de Israel na Faixa de Gaza às mortes de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de uma série de críticas, como do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, do presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem, Dani Dayan, e da Confederação Israelita do Brasil (Conib). E, diante da posição de Lula de não se retratar da declaração em que comparou a guerra de Israel contra o Hamas com o Holocausto, o governo de Israel vai manter o presidente brasileiro como persona non grata e avaliar os próximos movimentos. Integrantes do governo israelense disseram diferenciar o que é uma posição do governo da posição da população. Uma fonte da diplomacia israelense afirmou que, neste momento, não estão previstas medidas adicionais, como por exemplo a suspensão de relações diplomáticas, muito embora a manutenção da posição coloca o Brasil distante de países do mundo livre como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França, o que contribui para o crescimento do antissemitismo no país. Em contrapartida, fontes diplomáticas brasileiras disseram não concordar com a posição de Israel.

E o que gerou esse pronunciamento no Brasil? O certo é que esse pronunciamento gerou um pedido de impeachment do presidente Lula, apresentado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o qual já foi assinado por 129 deputados, baseado na comparação feita pelo petista entre a ofensiva israelense em Gaza e o Holocausto. Referido pedido foi protocolado na quarta-feira, dia 21. Trata-se do pedido de impeachment com a maior adesão parlamentar até hoje. Até então, o recorde era do processo contra Dilma Rousseff, em 2016. Naquele ano, a denúncia contra a petista contou com 124 assinaturas. Entretanto, apesar do intenso movimento da oposição, aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apontam que são quase nulas as chances de ele dar seguimento ao pedido de impeachment do petista.

                E qual a sua opinião, meu prezado leitor?

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